Cultura de Paz

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Educadora humanista

Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos (fragmento da Carta da Terra)

Moradora da região do Butantã, zona oeste de São Paulo, Simone Gomes dos Santos Dorea é uma educadora por vocação. Graduou-se em Geografia, “por ser uma apaixonada pela Terra e todos os seus contornos, bem como pelos habitantes deste planeta”, segundo ela mesma. Há quase dois anos é coordenadora do Núcleo de Cultura do CEU Uirapuru. Situado em uma área de grande concentração humana e pouca renda, a escola é um oásis de cultura em meio a muita pobreza e violência. “Somos praticamente o único lugar de lazer e recreação das redondezas”, conta.

Este fato redobra sua responsabilidade. “Não posso simplesmente visar o entretenimento puro e simples. Tenho que procurar eventos que tragam algo mais, que possam somar algum conhecimento e alento”, explica Simone. Foi este o motivo que a levou a abraçar a causa do humanismo. Quando soube da realização da exposição Sementes da Mudança – a Carta da Terra e o potencial humano, empenhou-se para sua produção. Mas não imaginava que a repercussão mudaria o rumo dos acontecimentos no CEU.

A pré-produção incluía a capacitação de monitores que acompanhariam os visitantes. Em todas as edições anteriores da mostra, os monitores foram recrutados junto aos associados da BSGI. Nesta, o CEU ofereceu seus alunos dos 8º e 9º anos. “Praticamente todos os alunos destes anos candidataram-se voluntariamente, participando das oficinas com muita disposição”, conta a coordenadora de Cultura.

Durante três semanas os alunos do CEU receberam as instruções e, ao longo do período da mostra – duas semanas em março de 2012 – acompanharam os grupos de alunos menores e seus pais. “O orgulho que nós víamos em seus olhos foi emocionante!”, exulta Simone.

A mudança, a partir dessa experiência foi visível. Cientes de seu potencial, estes alunos-monitores passaram a ser agentes dessa transformação. Com mudanças na atitude, na postura, no respeito, na atenção. “No dia-a-dia, nas pequenas coisas, percebemos o quanto as nossas “sementes da mudança”, se multiplicaram.

Com sua sensibilidade natural, a coordenadora passou a nortear as atividades do CEU em torno dos temas da mostra. “Cada atividade, cada evento rediscutia os temas por outro ângulo”, conta. Em especial, Ética e Sustentabilidade, a partir do Empoderamento de cada pessoa. Dança, teatro, música, artes visuais, literatura. As artes integradas voltadas a empoderar e fazer refletir. 

Partindo da Carta da Terra, cujos princípios visam a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica, Simone busca detectar e atender as necessidades mais prementes da comunidade em seu entorno. “Somos todos parte de um mesmo todo que precisa ser harmonizado. As ações que empreendemos visam acolher as diferenças sem preconceitos”, finaliza Simone, uma educadora humanista.


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